quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Proposta 76 – Produção de texto argumentativo-dissertativo: miséria e desenvolvimento

Orientações: Use caneta azul ou preta para escrever seu texto. Considere a norma popular urbana, atentando-se para as devidas concessões à caracterização do gênero e personagens, quando houver. Coloque um título em seu texto, se o gênero permitir. Respeite as margens laterais. Para rasura, proceda da seguinte forma: rasura. Seu texto deve ter entre 25 e 30 linhas.

Proposta: Com base na leitura do texto motivador e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema miséria e desenvolvimento: desafios para um crescimento sustentável e igualitário, apresentando experiência ou proposta de ação social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coesa, argumentos e fatos para defesa do seu ponto de vista. 

Texto 1: “Uma década de Bolsa Família - 2013. Ano 10. Edição 77 - 07/10/2013 - Rubens Santos

 

Criado com o objetivo de garantir renda às famílias em situação de extrema pobreza, o Bolsa Família unificou programas e virou referência para o mundo ao beneficiar mais de 50 milhões de pessoas. Mesmo assim, apresenta paradoxos.

 

Há mais de quatro séculos, desde que 5 mil índios famintos fugiram da seca no sertão de Pernambuco e pediram socorro aos portugueses, em 1583, vem se falando em medidas de combate à fome no Brasil. De lá para cá, restam registradas nada menos que 41 grandes secas no Nordeste, a última delas, de 2012. A primeira ação governamental de assistência permanente para resgatar da miséria os flagelados da Bahia e de Pernambuco é de 1792, a Pia Sociedade Agrícola. Dom Pedro II criou a Comissão de Açudes e Irrigação (1888) e Nilo Peçanha o Instituto de Obras Contra as Secas (1909). Ainda assim, a cada nova seca, grandes contingentes humanos têm deixado o sertão para habitar a periferia das metrópoles, muitas vezes transformando flagelados rurais em miseráveis urbanos. Nesse longo processo que já perdura 430 anos, ora governos adotam medidas emergenciais contra surtos de fome, ora anunciam políticas públicas de longo prazo para reduzir a miséria. Mas nunca se conseguiu desenvolver de fato algum programa eficiente de resgate da pobreza absoluta e de inclusão social em massa.


Nesse contexto, surgiu há dez anos o Programa Bolsa Família, lançado em 2003 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Era a grande promessa de sua campanha na eleição de 2002. O sucesso foi tamanho entre as massas excluídas que garantiu sua reeleição em 2006 e ainda pavimentou a vitória de Dilma Rousseff em 2010. A iniciativa, em suma, unificou quatro diferentes programas sociais do governo federal que já existiam – Bolsa Escola, Cartão Alimentação, Auxílio Gás e Bolsa Alimentação – como também inovou ao tornar a mulher beneficiária e titular do cartão. Na prática, o cartão do PBF tornou-se um parceiro para as mães criarem os filhos. Os números comprovam que o programa contribuiu, efetivamente, para a redução da miséria.”

 

Adaptado de: http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=2945:catid=28&Itemid=23. Acesso: 09 out. 2013.

 

Texto 2: “Miséria e desperdício - Publicado Sábado, 16 Julho, 2011. Por Paulo Figueiredo

No Amazonas sempre tivemos pobreza, mas miséria jamais, nunca. Muito bem, os anos passaram e finalmente a miséria bateu à porta. Bateu e entrou, entrou com tudo, ao colocar o Estado no ranking dos mais miseráveis do País.

Segundo dados do Censo de 2010 do IBGE, temos no Amazonas cerca de 650 mil pessoas na miséria, com renda igual ou inferior a R$ 70 mensais. Dentre os cinquenta municípios mais miseráveis do Brasil, comparecemos no topo com cinco deles – Fonte Boa, Tapauá, Guajará, Ipixuna e Pauini, com índices vergonhosos, que vão de 86,25% a 91,95% de indigentes. Portanto, quase a totalidade de seus habitantes vivem em petição de miséria, deixando de consumir o mínimo de calorias estabelecido pela Organização Mundial de Saúde. Mais grave é que os demais não ficam tão distantes do mesmo vexame. É a glória, ou, talvez, um orgulho, para usar expressão até bem pouco tempo corrente.”

 

Adaptado de: http://blogs.d24am.com/artigos/2011/07/16/miseria-e-desperdicio/. Acesso: 09 out. 2013.

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