quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

LINTON, Ralph. "A significação das diferenças raciais"

 

LINTON

Área: antropologia

Tema(s): racismo; etnogenética; breed; stock; diferenças raciais

 

LINTON, Ralph. (1893-1953) O homem: uma introdução à antropologia. Tradução Lavínia Vilela. 12a. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000. “A significação das diferenças raciais”, pp. 55-66.

 

 

p. 55

Cap. III A significação das diferenças raciais

 

- o conceito de raça se desenvolveu mais nos últimos 150 anos (de 1850...);

- os povos antigos não se diferenciavam exclusivamente por tipo físico, mas por língua e costumes (franceses - altos, loiros / romanos - baixos, morenos)

- na Grécia: escravo (vizinhos) - senhor (tipo físico)

- os povos antigos (gregos e romanos) conheciam os negros nilóticos - que viviam longe,

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tinham para com eles uma atitude neutra;

- os poetas gregos por vezes se referiam a eles como “felizes etíopes”;

- essa situação permanece na Idade Média e Cruzadas, mas muda depois da descoberta do Novo Mundo e caminhos marítimos para a Ásia;

- na colonização européia: o conquistado adotava a língua e os costumes, mas não podia mudar seu tipo físico; assim a raça se torna critério para determinar status social;

- a religião e a teoria da evolução se tornarão meios usados pelo colonizador europeu para justificar escravidão e segregação racial;

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- grupo humano - altamente menos evoluído e quase totalmente primitivo e generalizado: os aborígines australianos;

- os outros grupos humanos estão longe de seu ancestral comum (tipologia física extremamente variada);

- África ocidental é apelidada de “a sepultura do

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homem branco”, pois as condições do ambiente não favorecem a adaptação (negros convivem com a malária; chineses trabalham com pouco alimento...)

- considerar, então, um grupo humano superior só teria sentido dentro das condições onde ele evoluiu;

- o homem branco pode ser mais determinado na capacidade de lutar, mas isto não é inato;

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- até século XVI o branco europeu não era combatente superior aos unos, mongóis e turcos que ameaçavam até o Atlântico;

- mesmo a disciplina e organização do branco europeu era inferior ao Estado Chinês e ao exército mongol;

- a receita do sucesso branco europeu: temos a metralhadora que eles não têm > a evolução cultural é que permitiu subir a escada da superioridade;

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- é o branco europeu mais inteligente?

- a inteligência é condição para que os diversos grupos humanos assumam a civilização moderna;

- se todas as raças = capacidades inatas = maior civilização moderna;

- se algumas raças = menor capacidades inatas = serão subjugados;

- nem mesmo os testes de inteligência são precisos - só funcionam dentro de um mesmo background;

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- o fator cultural influencia a medição de QI e privilegia seus inventores;

- as habilidades perceptivas e motoras também não servem para medir inteligência ou “classificar raças”, pois as diversas culturas privilegiam comportamentos (modus vivendi) diferentes;

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- os etnólogos, normalmente, não reforçam diferenças de QI atreladas às raças;

- “Em toda sociedade, o indivíduo mediano parece ser um portador bastante passivo da cultura, recebendo-a de seus predecessores e transmitindo-a a seus descendentes, sem modificações especiais.”

- qualquer indivíduo (raça ou QI) pode adaptar-se à civilização mecanizada sem maiores perdas, pois há uma igualdade mental essencial

- o desenvolvimento e complexidade de uma cultura, historicamente, nunca se deu em grupos fechados e sem contatos externos;

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- algumas características fisiológicas podem ser correlatas a algumas características psicológicas - tamanho crânio-encéfalo - inteligência;

- grupos isolados e de pouca competição tendem à degenerescência mental;

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- as diferenças psicológicas - personalidade - atuam na diferenciação dos indivíduos entre si - inteligente : anti-social; mediano : social;

- mas a cultura também tem sua parcela de influência na tipologia psicológica: aprovação e desaprovação social de comportamentos, estereotipagem;

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- há que se considerar,então, que o grupo pode manter ocasionalmente tipos de comportamento que estão de acordo a uma predisposição hereditária;

- um grupo pode ter muitos artistas e inventores, mas ter poucas pessoas que trabalham felizes sob o regime de horário fixo;

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- a todo tempo um grupo tem que adaptar-se e as diferenças raciais não determinam a capacidade de adaptação de um grupo;

- para quebrar as diferenças entre tipos físicos, “A única solução real daquilo a que chamamos ‘problemas raciais’ está na modificação da atitude do branco em relação aos outros grupos.”

- o avança econômico quebrará as barreiras raciais: assistimos à elevação de uma potência asiática (amarela), e outras virão;

- “O branco está cada vez mais sendo colocado numa posição em que faz parte da prudência capitular de boa vontade.”

 

Notas:

- breed: espécie; stock: linhagem; slum: favela; background: referência anterior;

- personalidades: hipertiroidismo: ; hipopituitário: instabilidade emotiva, alto grau de energia nervosa;

 

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