Atividade
Funcionalismo e Estruturalismo.
Texto
usado: MARCONI, Marina de Andrade; PRESOTTO, Zelia Maria Neves. Antropologia: uma introdução. 6. ed. São
Paulo: Atlas, 2005, p. 256-260; 263-267. (Funcionalismo e Estruturalismo).
Texto
para as questões 1 e 2:
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Anotações fictícias de campo - Tribo
Pataós - 1976 A
tribo parece viver poucos conflitos sociais. As decisões, dependendo do que
se trata, são normalmente resolvidas pelo chefe da tribo, o pajé e a mulher
mais velha da tribo. Vez por outra este grupo se reúne e em algumas ocasiões
pude perceber que o aprendiz do pajé também participava, mudo, de cabeça
baixa, sempre com as mãos para trás. A tribo é de mobilidade relativamente
estável. Se a terra deixa de produzir, um pequeno deslocamento é feito, mas a
proximidade com o rio é sempre mantida na mesma medida. |
01-03 |
-
Hoje foi o primeiro dia de estadia com a Tribo dos Pataós (TP). Fui levado ao
centro da oca e o pajé, que já estava sentando perto da fogueira, me tomou
pela mão e me pôs sentado do lado dele. Todos os demais começaram uma dança
em silêncio, enquanto o pajé ia mexendo nas brasas como quem procurava alguma
coisa perdida. Até que ele achou uma brasa e me ofereceu. Eu não sabia se era
para pegar ou deveria só agradecer. Nisto o pajé somente chegou a brasa perto
de mim e a dança parou. Depois de um longo silêncio, uma mulher me trouxe uma
cuia com água pra beber. Antes que eu bebesse o pajé me disse que aquela
brasa significava minha presença na tribo. Do mesmo jeito que a brasa fora da
fogueira perdia sua força, de agora em diante minha força só teria valor se
estivesse somada à força da tribo. E a água da cuia, ele me deu um pouco para
beber, um pouco ele jogou na brasa e empurrou-a de novo para a fogueira.
Todos ficaram olhando. Assim que a brasa se reacendeu, todos começaram a
cantar e a comida foi servida. |
02-03 |
-
Faltou comida logo cedo. Assim que acordei, vi que as mulheres estavam
agitadas arrumando a oca e os apetrechos da “cozinha”: lenha, panelas, umas
peneiras. No meio do terreiro uns homens estavam reunidos. As crianças
estavam sentadas num semi-círculo ao redor deles. Quando me aproximei, logo
recebi uma pintura preta por todo o corpo e uma lança na mão. A caçada estava
definida. As crianças se dispersaram. Fomos para o rio. ... |
05-03 |
Ficamos
três dias no rio pescando. A pesca foi farta, mas nós só comíamos muito pouco
uma única vez por dia. Vi que um ou outro guerreiro, com sinal de fome, comia
algumas das folhas que encontrava na beirada do rio. A folha era mastigada ao
longo do dia todo, sem ser engolida. Somente na hora de deitar ela era
cuspida na água do rio. Nesta noite voltamos para a tribo. |
06-03 |
Hoje
de manhã foi possível ver que as mulheres já haviam preparado parte da
refeição. Tínhamos uma espécie de panqueca feita à base de mandioca, massa
úmida, assada. Havia também uma bebida fermentada à base de milho. Não
comemos durante toda a manhã. Ficamos na oca, ao redor da fogueira. O pajé
fazia um ritual de purificação nos pescadores e as crianças recebiam uma
instrução de como pescar. Lá fora uma sentinela andava em círculos ao redor
de um grande mastro que sustentava um bocado de comida na ponta. Assim que o
sol chegou na posição de meio-dia, o sentinela entrou na oca, cochichou no
ouvido da mulher mais velha da tribo. Ela saiu, voltou em seguida convidando
todos para o banquete. As moças da tribo iniciaram a repartição da comida.
Primeiro comeram as mulheres grávidas, depois todos foram servidos
igualmente. ... |
20-03 |
Hoje
aconteceu algo curioso. O pajé e o chefe da tribo, o pai mais velho, foram
até a plantação de milho e mandioca e passaram parte da manhã por lá. Quando
voltaram, conversaram com a mulher mais velha e, logo em seguida, um grupo de
mulheres, acompanhadas por dois rapazotes, foram para a plantação. Este
ritual se sucedeu durante uns dez dias. Percebi que os rapazotes não
trabalhavam na plantação, mas não conversavam entre si. Estavam atentos a
tudo o que as mulheres faziam e, como se estivessem em uma sala de aula,
tinham que repetir o que elas lhes explicavam. ... |
10-04 |
Mudança
de lua. Hoje, ao cair da tarde, o chefe da tribo e o pajé saíram com um grupo
de rapazes. Era a mudança da lua. Nesta noite aquele grupo de rapazes ia
trocar de nome. Depois de um longo período de preparação, cada um deles ia
receber um nome novo de acordo com as habilidades desenvolvidas no período de
treinamento. Naquela noite seriam escolhidos os guerreiros, o novo sentinela,
que era também o aprendiz do pajé, e um grupo de seis rapazes que, depois
daquela noite, deveriam mostrar para a tribo qual deles seriam o melhor para
suceder o chefe da tribo. Estes seis rapazes eram também aqueles que iriam
receber a autorização para se casar. A última prova para poder se tornar um dia
o chefe da tribo era saber ser pai da tribo. Cada homem que se casava tinha
que demonstrar saber ser pai de seus filhos e de todas as crianças da tribo.
Isto me explicava porque as crianças eram sempre atendidas por qualquer um
dos pais da tribo, sobretudo quando era hora de brincar ou aprender alguma
dança ou habilidade de tribo. A votação do novo chefe, não era só por ser o
pai mais velho da tribo. Cada voto era contado dia após dia, e o trato com as
crianças era a prova mais forte do espírito de liderança do novo chefe. |
1
- Com base na leitura das “Anotações fictícias de campo - Tribo Pataós - 1976”
e do texto sobre o Funcionalismo, responda: como a Tribo Tapaós se organiza
para satisfazer suas necessidades? Use os espaços indicados abaixo para sua resposta.
a
- necessidades primárias ou biológicas:
b
- necessidades derivadas ou instrumentais:
c
- necessidades integrativas ou sintéticas:
2
- Com base na leitura das “Anotações fictícias de campo - Tribo Pataós - 1976”
e do texto sobre o Estruturalismo, responda: como podem ser percebidos alguns
dos possíveis modelos estruturais da Tribo Tapaós? Use os espaços indicados
abaixo para sua resposta.
a
- modelo político / liderança:
b
- modelo econômico / sobrevivência:
c
- modelo hierarquia social:
3
- Quais status sociais podem ser percebidos nas “Anotações fictícias de campo -
Tribo Pataós - 1976”?
4
- Segundo Marconi e Presotto (2005, p. 257), Leslie White vê o funcionalismo da
seguinte forma: “[...] as sociedades humanas e suas respectivas culturas
existem como todos orgânicos, constituídos de partes interdependentes”. De que
maneira esta característica do funcionalismo pode ser percebida numa empresa?
( ) - Cada indivíduo realiza sua tarefa em um
setor sem se preocupar com outros setores.
( ) - O mercado faz com que a empresa seja
independente dos objetivos de seus colaboradores.
( ) - As pessoas seguem as mesmas regras
ditadas pela economia capitalista.
( ) - Os diversos setores executam suas
tarefas e colaboram entre si por um objetivo comum.
5
- Segundo Marconi e Presotto (2005, p. 257), baseado em que raciocínio
Malinowski afirma que os seres humanos”[...] só poderão sobreviver quando suas
necessidades biológicas forem satisfeitas pelas culturas de que participam”?
( ) - Baseado no raciocínio de que os seres
humanos foram criados por Deus.
( ) - Baseado no raciocínio de que os seres
humanos pertencem a uma espécie animal.
( ) - Baseado no raciocínio de que os seres
humanos cooperam após momentos de guerra.
( ) - Baseado no raciocínio de que os seres
humanos imitam os animais.
6
- Segundo Marconi e Presotto (2005), a visão sincrônica da cultura é acompanhar
os fatos culturais no momento em que acontecem. Esta abordagem da realidade
poderia ser aplicada por um gestor a um ambiente de trabalho de que maneira?
( ) - Acompanhando o desenvolvimento do
processo juntamente com as pessoas que o realizam.
( ) - Desenvolvendo um sistema de relatórios
mais funcionam para coletar resultados.
( ) - Observando os processos de produção
através de encarregados de setores confiáveis e capacitados.
( ) - Implantando um sistema de coleta de
informações em tempo real a partir dos resultados produzidos.
7
- Segundo Marconi e Presotto (2005), o estruturalismo pode ser comparado ao
funcionalismo da seguinte maneira:
( ) - O estruturalismo é mais moderno que o
funcionalismo e conta com uma maneira diferente de registrar as informações
sobre a cultura.
( ) - O estruturalismo se aplica somente ao
estudo de grupos pequenos cuja cultura seja mais fácil de ser analisada.
( ) - O estruturalismo se preocupa mais com a
elaboração de análise sobre o fato como forma de compreender melhor a cultura.
( ) - O estruturalismo não tem diferença do
funcionalismo, pois os dois analisam a cultura humana da mesma forma.
8
- Segundo Marconi e Presotto (2005, p. 264), o estruturalismo proposto por
Levi-Strauss leva em conta que “[...] o objeto de estudo das pesquisas
estruturais são as relações sociais com o auxílio de modelos”. De que maneira
esta visão estruturalista pode ajudara entender a dinâmica das relações sociais
dentro do ambiente de trabalho?
( ) - A empresa já organiza seu ambiente de
trabalho seguindo um padrão de comportamento para todos os indivíduos.
( ) - Os modelos podem ajudar a entender a
estrutura de funcionamento das relações sociais do grupo.
( ) - Alguns locais de trabalho seguem manuais
de relações sociais e os indivíduos seguem estes manuais de conduta.
( ) - As empresas treinam os trabalhadores a
repetirem modelos próprios nos locais de trabalho.
9
- Segundo Marconi e Presotto (2005), a visão estruturalista de Levi-Strauss
classifica as sociedades em culturas quentes e frias. A realidade que vivemos
em cidades do porte de São Sebastião do Paraíso poderia ser classificada como:
( ) - Cultura fria, pois estes tipos de
cidades são primitivas e resistentes a mudanças.
( ) - Cultura quente, pois são cidades
complexas e marcadas pela civilização e indústria.
( ) - Cultura fria, pois são cidades seguem
aquela que têm padrões com este tipo de clima.
( ) - Cultura quente, pois as interferências
do clima tropical afetam a cultura destas cidades.
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