Proposta: com base no poema a baixo,
escreva uma história contando qual foi a justificativa do personagem que foi
julgado na cidade do Rei Capenga.
"A LENDA DO REI CAPENGA
Em certo reino um rei havia
De nobre estirpe secular
Que começou, um belo dia,
Do pé direito a capengar.
Um calo enorme era o motivo
Que dava ao rei um tal cacoete:
_Calo feroz, duro, agressivo,
Plantando sobre o tal joanete.
Mas essa causa assim plebeia
Ficava mal se publicar;
E toda a corte teve a ideia
De andar coxeando, a capengar.
Príncipes, duques e marqueses,
Viscondes, condes e barões
Andavam, coxos e corteses,
Com mil mesuras nos salões.
Passou da corte à burguesia
O modo esdrúxulo de andar;
Vulgarizou-se a tal mania
E andava o povo a capengar.
Desde a nobreza solarenga
Ao camponês da rude grei,
Tudo no reino era capenga
Para engrossar o velho rei.
E o rei sorria, satisfeito
Por ser benquisto e popular;
Não era mais nenhum defeito,
Naquele reino, o capengar.
Mas eis que, um dia, um tipo surge,
Em passo firme, andando bem;
O povo, unânime, se insurge,
E a corte a fúria não contém.
Possessa, diz toda a cidade:
_Castigo, dê-se-lhe, exemplar!
Crime é de lesa-majestade
Viver, aqui, sem capengar.
É preso o infame; e logo o júri
Se reúne ali, dos cidadãos,
Para que o crime, enfim, apure
E o vil, da lei, caia nas mãos.
E clama o júri: _O reino insulta!
O nosso rei tenta aviltar!
E ruge e freme a turbamulta,
De um lado a outro, a capengar.
Em certo reino um rei havia
De nobre estirpe secular
Que começou, um belo dia,
Do pé direito a capengar.
Um calo enorme era o motivo
Que dava ao rei um tal cacoete:
_Calo feroz, duro, agressivo,
Plantando sobre o tal joanete.
Mas essa causa assim plebeia
Ficava mal se publicar;
E toda a corte teve a ideia
De andar coxeando, a capengar.
Príncipes, duques e marqueses,
Viscondes, condes e barões
Andavam, coxos e corteses,
Com mil mesuras nos salões.
Passou da corte à burguesia
O modo esdrúxulo de andar;
Vulgarizou-se a tal mania
E andava o povo a capengar.
Desde a nobreza solarenga
Ao camponês da rude grei,
Tudo no reino era capenga
Para engrossar o velho rei.
E o rei sorria, satisfeito
Por ser benquisto e popular;
Não era mais nenhum defeito,
Naquele reino, o capengar.
Mas eis que, um dia, um tipo surge,
Em passo firme, andando bem;
O povo, unânime, se insurge,
E a corte a fúria não contém.
Possessa, diz toda a cidade:
_Castigo, dê-se-lhe, exemplar!
Crime é de lesa-majestade
Viver, aqui, sem capengar.
É preso o infame; e logo o júri
Se reúne ali, dos cidadãos,
Para que o crime, enfim, apure
E o vil, da lei, caia nas mãos.
E clama o júri: _O reino insulta!
O nosso rei tenta aviltar!
E ruge e freme a turbamulta,
De um lado a outro, a capengar.
Mas fala o réu: [...]"
(Bastos Tigre, Antologia poética, vol. 1 p. 272-274)
(Bastos Tigre, Antologia poética, vol. 1 p. 272-274)
Adaptado
de: http://pensamentosdeumamocabonita.blogspot.com.br/2010/06/novo-acordo-coletivo-de-trabalho.html.
Acessado em 26 abr. 2013.
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