quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

ESTRATÉGIAS DE LEITURA EM LÍNGUA INGLESA – PRATICANDO O PAST SIMPLE[1]


APRESENTAÇÃO


A leitura é uma atividade de interpretar um texto dentro de vários outros contextos. O presente trabalho apresenta algumas ideias sobre como trabalhar a leitura em sala de aula e uma sugestão de roteiro de atividades. Motivar os alunos e formar neles o gosto pela leitura é dar oportunidades de ampliar o conhecimento de mundo que eles têm e, por isso mesmo, ampliar sua capacidade de ler.


1 DESENVOLVIMENTO


Apresentamos aqui as principais ideias discutidas no texto “A habilidade de compreensão escrita e a sala de aula” e na sequência uma sugestão de atividade de leitura com um texto com verbos predominantemente no Past Simple.


1.1 PRINCIPAIS IDEIAS DO TEXTO “A HABILIDADE DE COMPREENSÃO ESCRITA E A SALA DE AULA”


A habilidade da leitura é uma das formas de demonstrar o domínio e uso da língua. É um processo que se estende ao longo da vida do falante, visto que seu conhecimento de mundo irá sempre ampliar seu repertório de interpretação e isto lhe provocará releituras de textos e contextos.

Para Marques (2002, p. 216), “o processo de compreensão da escrita, a leitura, é uma atividade ‘calma e quieta’ e fácil de ser medida, de se testar sua compreensão.” Daí a preferência por esta atividade em sala de aula. O desafio para o professora é sempre despertar nos alunos o gosto pela leitura O professor deve se propor a “[...] ‘trabalhar com o desenvolvimento do processo de compreensão da escrita’[...].” É esta a tarefa para contribuir com a ampliação de visão e dos conhecimentos de mundo dos alunos e com o desenvolvimento de um pensamento crítico.

O professor deve levar em conta o que é o bom leitor. Para Marques (2002, p. 217), “um bom leitor em língua materna, quando começa a ler em língua estrangeira, leva com ele todo o seu conhecimento de mundo e suas estratégias, porém muitas vezes não tem consciência que as possui.” Esta atenção à bagagem do aluno norteia a atuação do professor.

Há algumas habilidades de leitura a serem levadas em conta:
            - identificar o propósito da leitura
            - prever o conteúdo do texto
            - utilizar regras e padrões grafêmicos para auxiliar nos processo de decodificação           ascendente
            - inferir o contexto não explícito usando o sistema de esquemas ou processo      descendente
            - utilizar o contexto para a construção de significado e da compreensão
            - utilizar elementos do texto para inferências
            - utilizar elementos do texto para encontrar informações específicas
            - monitorar a compreensão
            - construir significados
            - manter o propósito da leitura
            - ajustar as estratégias quando necessário (MARQUES, 2002, p. 217-218).

Considerando estes aspectos, o professor escolhe as estratégias a serem utilizadas e começa a elaborar seu programa ou projeto de leitura: conhecer os alunos e seus interesses, necessidades, realidades... para assim selecionar e preparar a aula.

Há dois tipos de leitura que podem ser feitos em sala de aula:
- A leitura intensiva - refere-se à leitura de trechos curtos com enfoque em estudo detalhado e no desenvolvimento de estratégias e habilidades.
- A leitura extensiva - refere-se às leituras com os objetivos de criar o hábito de ler, para aumentar vocabulário ou por simples prazer (MARQUES, 2002, p. 219).

Segundo a autora, o professora ainda deve levar em conta os seguintes processos de aprendizagem: 1 - processo de conscientização: atenção, percepção e compreensão; 2 - processo de apropriação: integração do novo conhecimento ao prévio e 3 - processo de autonomia: novos conhecimentos trazem autonomia. Para ela, “a leitura parte de uma necessidade, de um propósito que nos leva a escolher um tipo de texto, e com os conhecimentos prévios que possuímos e com esse texto em mãos, passamos para o processo de decodificação da mensagem” (MARQUES, 2002, p 220).

O planejamento do professor deve levar em conta a divisão da atividade nos momentos antes de ler, durante a leitura e após a mesma. Para antes da leitura, a autora sugere priorizar o
processo de compreensão descendente e devemos dispor de algum tempo para em primeiro lugar ativar o acervo de conhecimentos de mundo, lembrando que quanto mais conhecimentos compartilhados o escritor e o leitor tiverem, melhor será a compreensão da mensagem” (MARQUES, 2002, p. 221).

Feito isto, o professor muda do processo descendente para o ascendente - realizando assim o processo interativo de leitura.

Para o momento durante a leitura, com o enfoque no processo descendente, o professor pode seguir as seguintes tarefas: primeira: para compreensão geral - adivinhar título, ordenar ilustrações, checar previsões feitas sobre o texto; e segunda: procurando detalhes específicos - scamming, prestar atenção e anotar palavras-chave, responder questões específicas;

Já com o com enfoque no processo ascendente, as tarefas podem ser: - descobrir significado de palavras no contexto, encontrar sinônimos em lista, usar dicionário, reconhecer função das conjunções.

Para o momento após a atividade, Marques (2002, p. 224) sugere a revisão do que foi aprendido, a complementação do que ficou faltando, esclarecendo dúvidas e direcionando para o “[...] seguimento (follow-up) com atividades comunicativas baseadas no assunto do que foi lido.” É importante verificar se houve a alteração, se os alunos construíram novos significados e se foi possível fazer a transferência de conhecimentos. “É também a faze na qual podemos fazê-los criar, para que haja a interação com outros contextos”. Isto propicia a integração das habilidades comunicativas.

Quanto ao aspecto avaliativo às técnicas usadas, Marques atenta para a preocupação em verificar, através de respostas abertas, se houve ou não a compreensão do texto. Ela ainda sugere uma lista de atividades através das quais os alunos podem demonstrar seu entendimento. Selecionamos algumas:
- ação: o leitor/ouvinte responde fisicamente a um comando
- seleção: o leitor/ouvinte seleciona alternativas apresentadas, oral ou por escrito
- transferência: leitor resume oralmente o que foi lido e ouvinte desenha o que ouve
- [...]
- conversação: leitor/ouvinte participa de uma conversação para demonstrar o apreendido (MARQUES, 2002, p. 225).


1.2 ATIVIDADE DE LEITURA SUGERIDA


O texto escolhido foi “Two sisters and the cat” (BUCHANAN).

O enfoque desta atividade é a leitura extensiva, pois trata-se de um texto curto e cômico. A sequência de atividades propostas é a seguinte:

1 - Antes da leitura: para ativar o acervo de conhecimentos de mundo propomos uma brain storm:
- Como se faz para ter um animal de estimação? What to do to have a pet?
- Um animal de estimação pode ter donos de qualquer idade? How old must be a pet’s owner?
- Quem tem um animal de estimação em casa? Who has a pet at home?

2 - Durante a leitura:
- Alguém pode adivinhar sobre o que o texto vai falar? Can somebody bet what the text is about? Por quê? Why?
- Alguém pode adivinhar o título do texto? Can somebody bet the text title? (mostrar as três imagens presentes no texto) Por quê? Why?
- Se houver algum vocabulário desconhecido, usar o dicionário.

3 - Depois da leitura:
- Retomar as perguntas do brain storm e verificar se houve uma nova maneira de interpretar a posse de animais de estimação.
- Partilhar experiências sobre a perda de animais de estimação: o que fazer quando um animal morre em casa? What to do when a pet die at home?

4 - Quanto ao aspecto avaliativo, propomos:
- conversação: Onde foi parar o gato? Where is the cat now?; Há um céu para gatos? Is there a heaven for cats?
- produção de texto: em um parágrafo: Como a Sra. Wilson explicaria o ocorrido à sua irmã? How would Mrs. Wilson explain the situation to her sister?


CONSIDERAÇÕES FINAIS


A atividade da leitura ao mesmo tempo que requer um conhecimento de mundo oferece ela mesma a oportunidade de aumentar este conhecimento.

Esta é uma pista para nortear a atividade docente em sala de aula na formação de leitores. O professor considera o conhecimento prévio que o aluno tem e abre portas para outros caminhos do saber.

Uma atividade de leitura orientada desta maneira pode despertar no leitor em formação o gosto pela leitura e o gosto pelo saber.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BUCHANAN, Laurie. Two sisters and the cat. Disponível em: <http://web2.uvic.ca/elc/studyzone/200/reading/smicat1.htm>. Acesso em: 10 nov. 2016.

MARQUES, Florinda de Fátima Scremin. Ensinar e aprender inglês: o processo comunicativo em sala de aula. [livro eletrônico]. Curitiba: Intersaberes, 2002.




[1] Adriano Lima, São José dos Campos, 2016.

Projeto interdisciplinar para produção de texto usando o filme “O nome da Rosa”[1]


Disciplinas Relacionadas à atividade

Em sala de aula: além dos conteúdos interdisciplinares que podem ser trabalhados neste filme, uma atividade voltada para Língua Portuguesa, especificamente, produção de texto, poderia ser feita a partir da habilidade investigativa do monge Willian. Também poderia ser trabalhado com a disciplina de História, para uma melhor contextualização do tempo apresentado no filme.

Resumo do Conteúdo da atividade

A história acontece por volta de 1327 em um mosteiro no norte da Itália. A trama central é sobre um debate sobre o destino das riquezas da Igreja, mas o mosteiro vai se tornando palco de diversos assassinatos inexplicáveis. O monge franciscano Willian de Baskerville (Sean Connery) começa a investigar os assassinatos, até então vistos como obra demoníaca.

O mosteiro recebe a visita de um representante da inquisição, que vai usando da tortura para encontrar o assassino. Enquanto as disputas religiosas entre franciscanos e dominicanos acontece, o monge Willian vai desvendando o mistério dos assassinatos e chega ao seu mandante.


Justificativa

O aprendizado a partir desta obra se relaciona à atividade de produção de texto e também na interdisciplinaridade com História, pois o filme oferece inúmeros temas para serem trabalhados e discutidos a partir do contexto histórica. Em produção de texto, o aspecto da habilidade de investigador do monge Willian de Baskerville chama a atenção e poderia ser explorado em uma atividade entre os alunos.

Com relação à prática docente, o filme proporciona estudar o período da Idade Média e seu legado de comportamento e cultura que chegou até nós, do outro lado do Oceano Atlântico.

Para produção de texto, o professor poderia propor um enigma aos alunos, um caso policial a ser resolvido. O contexto, com um pano de fundo secundário poderia ser oferecido e o objetivo da produção de texto poderia ser a resolução do enigma proposto.

A título ligeiro de exemplificação:

Proposta: a partir da assistência ao filme “O nome da Rosa” e, inspirado na habilidade de resolver enigmas do monge Willian de Baskerville, redija um texto narrativo descritivo, em três capítulos, no qual você desvendo o mistério da morte de Dona Florisbela, a vizinha da floricultura.

Enigma: Dona Florisbela, uma velhinha de 80 anos de idade, apareceu hoje nas manchetes do jornal. Mas foi sua mais inusitada e última aparição: foi encontrada morta em sua residência, sem sinais de violência física, com uma rosa vermelha nas mãos.

Contexto: durante muitos anos Dona Florisbela viveu com seu marido numa cidade que produzia flores. Logo após a morte do marido, um acidente de trabalho, Dona Florisbela resolveu mudar para outra cidade, e foi viver numa casa ao lado de uma floricultura.

Metodologia: a história a ser desenvolvida pelos alunos, uma narração descritiva, deve ser divida em três capítulos: 1 - A história de Dona Florisbela até a morte de seu marido; 2 - A morte misteriosa e 3 - A chave do mistério da morte de Dona Florisbela.


Referência Bibliográfica

O NOME da Rosa. Direção: Jean-Jacques Annaud. Produção: Bernd Eichinger. Intérpretes: Sean Connery; F. Murray Abraham; Christian Slater. Roteiro: Andrew Birkin; Gérard Brach; Howard Franklin; Alain Godard. Fotografia: Ronino Delli Colli. Música: James Horner. Fra/Ita/Ale: 20th Century Fox Film Corporation, 1986. 1 DVD (130 min.), son., color. Baseado no romance homônimo de Umberto Eco.




[1] Adriano Lima, São Sebastião do Paraíso, 2010.

Projeto interdisciplinar para produção de texto usando o filme “Lutero”[1]


Disciplinas Relacionadas à atividade:

Produção de texto e artes, por abordar a biografia e obra da artista e ser um instrumento favorável para a discussão da criação da obra de arte; Literatura (teoria), por contextualizar o trabalho de tradução da Bíblia, indiretamente como obra da cultura humana.

Resumo do conteúdo da atividade

O filme relata a história de Martinho Lutero e a Reforma Protestante. O recorte apresentado é do momento decisivo na vida de Lutero em relação aos seus questionamentos sobre a postura comum da Igreja Católica na época.

Desde seus questionamentos interiores, sua visita a Roma e seu retorno a Wittenberg, o filme mostra os momentos mais marcantes das dúvidas e embates de Lutero em relação às indulgências, à salvação pela Igreja, e a justificação pelas obras.

Lutero teve o apoio do Príncipe Frederico III, fundador da universidade de Wittenberg, sobretudo nos momentos finais de seu embate com a Igreja Católica e o Papa Leão X. Foi no momento em que Lutero estava prestes a ser condenado pelo tribunal eclesiástico, o príncipe interveio a favor de Lutero, colocando sob sua proteção. Neste momento Lutero tem tempo de traduzir a Bíblia para o alemão.


Justificativa

O aspecto que destacamos neste filme e que pode ser levado em conta nos estudos de produção de texto, artes e literatura é a tradução da Bíblia para uma língua vernácula. Toda tradução corresponde ao propósito de estender o nível de acesso de um texto para leitores ou ouvintes que não podem fazê-lo no original. Por isso, toda tradução deve considerar sempre este objetivo e cuidar para, ao traduzir, não distanciar mais o texto do que aproximá-lo.

Com relação à prática docente, o filme ajuda a entender como o esforço do tradutor é maior do que simplesmente verter de um idioma a outro. Neste momento podemos nos ater às diversas obras da literatura universal que, se não fossem traduzidas, não teriam atingido o status de universal. Também podemos fazer uma observação às obras da literatura nacional que já tem mais de um século de idade. É interessante mostrar aos alunos as diferenças do português original da obra e do esforço tradutor que o leitor tem que fazer quando se debruça na leitura de um original. Uma análise comparativa com a Carta de Caminha original e sua versão adaptada ao português contemporâneo poderia ilustrar bem o escopo da atividade de tradução.


Referência Bibliográfica

LUTERO. Direção: Eric Till. Produção: Dennis A. Clauss; Brigitte Rochow; Christian P. Stehr; Alexander Thies. Intérpretes: Joseph Fiennes; Alfred Molina; Bruno Ganz; Jonathan Firth; Peter Ustinov; Claire Cox; Uwe Ochsenknecht; Benjamin Sadler; Jochen Horst; Torben Liebrecht; Mathieu Carrière; Marco Hofschneider; Maria Simon; Herb Andress. Roteiro: Bart Gavigan; Camille Thomasson. Fotografia: Robert Fraisse. Trilha sonora: Richard Harvey. Efeitos especiais: CA Scanline Production GmbH / Die Nefzers / R.S.G. Effecti Speciali S.r.l. Desenho de produção: Rolf Zehetbauer. Edição: Clive Barrett. Direção de arte: Christian Schaefer, Ralf Schreck E Václav Vohlídal. Figurino: Ulla Gothe. Gênero: drama. Alemanha/EUA: NFP Teleart / Eikon Film / Thrivent Financial For Lutherans / CasaBlanca, 2003. 1 DVD (112 min.), son., color.


[1] Adriano Lima, São Sebastião do Paraíso, 2012.
Projeto interdisciplinar para produção de texto usando o filme “FRIDA: arte que imita a vida”[1]


Disciplinas Relacionadas à atividade

Produção de texto e artes, por abordar a biografia e obra da artista e ser um instrumento favorável para a discussão da criação da obra de arte.


Resumo do conteúdo da atividade

O filme relata a história da pintora Frida Kahlo. Faz uma trajetória biográfica da artista, outros personagens que marcaram a sua vida e mostra algumas de suas obras mais importantes.

Entre as personalidades mais marcantes está a figura de Diego Rivera, com quem Frida teve um relacionamento de paixão e discipulado.

Conforme o filme vai mostrando a relação de Frida com seu pai, sua família e, depois do acidente que a deixou marcada pelo resto de sua vida, vamos percebendo de que maneira estes eventos vão se concretizando em seus trabalhos.

Estilo próprio ou influência de Rivera, os motivos e valores de sua terra natal sempre aparecem como temas principais ou secundários em sua obra, não importando a temática principal. Mesmo como pano de fundo, há sempre uma referência aos símbolos culturais pátrios, o que nos ajuda a dizer que a obra desta pintora é profundamente enraizada em seu contexto.


Justificativa

O aprendizado a partir desta obra se relaciona à atividade de produção de texto, mas sobretudo na interdisciplinaridade com artes, pois o filme nos ajuda muito a refletir sobre uma questão estética: a arte imita a vida? Uma característica marcante do filme é a ambiguidade de algumas das relações e comportamentos da pintora. Este fator reforça a ideia de que ela transita com frequência e fluência entre os mundos do real e do imaginário, da conotação e da denotação, que é a ponte que percebemos para o trabalho com a disciplina de produção de texto.

Com relação à prática docente, o filme proporciona estudar figuras de linguagem e os níveis de conotação e denotação no desenvolvimento de uma expressão artística. Estas características podem ser percebidas em grande parte da obra pictórica de Frida e servem muito bem como um suporte para atividades interdisciplinares entre as disciplinas de artes e produção de texto.


Referência Bibliográfica

FRIDA. Direção: Julie Taymor. Produção: Lindsay Flickinger; Sarah Green; Nancy Hardin; Salma Hayek; Jay Polstein; Roberto Sneider; Lizz Spee. Intérpretes: Salma Hayek; Alfred Molina; Geoffrey Rush; Ashley Judd; Antonio Banderas; Edward Norton; Valeria Golino; Mía Maestro; Roger Rees; Patricia Reyes Spíndola; Saffron Burrows; Diego Luna. Roteiro: Clancy Sigal; Diane Lake; Gregory Nava; Anna Thomas. Fotografia: Rodrigo Prieto. Trilha sonora: Elliot Goldenthal. EUA/Canadá: Miramax Films / Trimark Pictures, 2002. 1 DVD (123 min.), son., color.



[1] Adriano Lima, São Sebastião do Paraíso, 2010.